quinta-feira, 10 de julho de 2014

Um pouco do que há por trás do bombardeio israelense à Faixa de Gaza

Os interesses socioeconomicos que regem os bombardeios sob a Faixa de Gaza são latentes e desmascaram o vitimismo barato encenado pelo Estado de Israel. Os três jovens encontrados mortos estão a servir como justificativa para mais um arrocho da repressão presente cotidiniamente e que provoca a manutenção do colonialismo israelense em terras palestinas.

A questão é que Israel volta a ter sua hegemonia territorial e politica colocada à prova por:

a) a reestruturação da ANP (Autoridade Nacional Palestiniana), orgão estatal que rege os territórios palestinos, com a reaproximação entre o Hamas e o Fatah. Depois de sete anos de cisão por divergências políticas, a reproximação das organizações significa a reconstrução da unidade política entre os territórios da Faixa de Gaza e da Cisjordânia, como a reativação do parlamento e outras representações institucionais;(http://zip.net/brnWh0)

b)o crescimento do movimento de boicote internacional, o BDS (http://zip.net/bvnWg6), que vem provocando sanções econômicas e diplomáticas com diversos países. Dados do Centro de Estudo Molad, em contra-ponto aos números apresentados pelo Instituto de Exportação de Israel, relataram a queda de mais de 14% no rendimento de exportação para o Reino Unido e países escandinavos devido a diversos eventos de boicotes realizados por movimentos pró-palestina. Em níveis de primeira instancia, a UE recomendou a exclusão de organizações que possuam ocupações ilegais em territórios palestinos. Por mais mais que sejam medidas paliativas, as sanções há tempo demonstram incomodar o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu;

c) Sendo a principal propussora dos pontos anteriores e resistência ao avanço sionista: a organização em unidade dos coletivos populares palestinos. Com a cisão dos principais grupos representativos provocando uma ausência de representatividade e estagnando a luta pela terra, o povo palestino se viu frente à desafios mortais. A limpeza etnica promovida pelo Plano Prawer(http://zip.net/bsnWjM), o avanço dos assentamentos ilegais e o estado de sítio promulgado por Israel precisavam resistências em nome da sobrevivência. E em reflexo da iniciativa popular do reestabelecimento da comunicação e centralidadade organizativa de atos entre Cisjordânia e Gaza, rompendo o isolamento político e o cerco israelense, foi aí que os Dias de Fúria tomaram as proporções conhecidas e se consolidaram em principios na organização popular.

Todos esses pontos simbolizam avanços sensíveis ao povo palestino, mas ainda não são capazes de cessar o avanço das ocupaçõs ilegais ou o genocídio efetuado pelo exercito israelense. Longe de uma resolução, com as conversações cessadas pelos sionistas, o que vemos é uma evolução da resistência palestina em várias esferas e o temor raivoso de Israel.